Quando a beleza de um lugar contrasta com o silêncio de viajar sozinho — e mostra o valor de voltar com quem importa.
Polignano a Mare — impossível não querer voltar |
Uma pausa inesperada entre dois mundos
A viagem para ajudar meu filho a se instalar na Itália tinha um propósito claro: logística, apoio e início de uma nova fase.
Mas, entre uma aula extra dele e algumas horas de espera, acabei fazendo algo que não estava no plano: peguei um trem e fui até Polignano a Mare.
É engraçado como, às vezes, a vida nos dá esses pequenos intervalos — um espaço entre responsabilidades — e o que fazemos com eles muda tudo.
A cidade que te abraça antes mesmo de você entender por quê
Cheguei em Polignano sem expectativas. Só queria caminhar um pouco, ver o mar e respirar.
Mas a cidade tem uma energia estranha, quase imediata.
A água azul absurda, as paredes brancas, o vento entrando pelas ruelas… uma mistura de calma e intensidade.
Talvez porque eu estava sozinho, tudo pareceu ainda mais claro.
Via casais, famílias, turistas — e ao mesmo tempo sentia falta da minha.
Café, barulho de trem e aquele tipo de silêncio que faz pensar
Parei em um café simples perto da estação. Pedi algo rápido e fiquei ali, observando a vida passar.
É curioso: quando estamos longe, até coisas pequenas ganham significado.
O som dos trens chegando e saindo, o movimento lento da cidade, as conversas em italiano — tudo parecia parte de um cenário que eu estava vendo pela primeira vez.
E percebi que, mesmo rodeado de gente, existe um tipo de silêncio que só aparece quando você está sozinho num lugar bonito.
Um lugar incrível — mas que eu não quero revisitar sozinho
Caminhei até o mar, desci uma das escadarias e fiquei ali olhando o azul que parece editado.
Foi bonito. Muito bonito.
Mas também veio um pensamento forte:
“Preciso voltar aqui com a minha família.”
Porque uma parte da viagem é o lugar.
Mas a outra parte — a parte que importa — são as pessoas com quem você divide isso.
Esta foi uma viagem curta, mas carregada de simbolismo: meu filho começando uma nova etapa, eu observando tudo de longe, e Polignano como um intervalo entre papéis — pai, imigrante, trabalhador, alguém que circula entre fronteiras.
Um intervalo que virou promessa
Voltei para Bari no fim do dia, com a sensação de que aquela cidade era muito maior do que seu tamanho.
Polignano não foi apenas um passeio.
Foi um lembrete: mesmo correndo, mesmo no meio de um monte de tarefas, a vida dá sinais.
E esse dizia:
“Volte. Mas volte acompanhado.”
Voltei para Bari com a sensação de ter ganho mais do que algumas horas de passeio.
Nos próximos dias, conto como foi acompanhar o início da vida universitária do meu filho na Itália.
Abraço!
IPV
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