Quando um filho cruza fronteiras: a nova etapa que começou na Itália

Entre orgulho, distância e adaptação — o que aprendi acompanhando o início da vida universitária do meu filho.

Bari, em um dia comum — enquanto tudo muda, a cidade segue.


Começa uma fase que não dá para ensaiar

Acompanhar um filho iniciando a faculdade já é, por si só, um marco.

Acompanhar esse início em outro país, com outra língua, outro sistema e outra vida — isso intensifica tudo.

A decisão dele de estudar medicina na Itália parecia distante quando começou.

Mas, de repente, lá estávamos nós: eu ajudando com documentos, aluguel, transporte, adaptação… e ele tentando encontrar o próprio lugar nesse mundo novo.

É um sentimento curioso: a vida avança para os dois, mas em direções diferentes.


Entre burocracias e descobertas: como começa a vida real

O primeiro impacto é sempre a logística: procurar acomodação, entender o transporte, organizar matrícula, visitar a universidade.

Coisas simples, mas essenciais — e que parecem maiores quando você está lidando com outra cultura.

E, no meio disso tudo, existe o momento em que você percebe:

Ele está pronto. E você também precisa estar.

É o tipo de mudança que te empurra para frente, mesmo que você não peça.


O intervalo que me levou até Polignano

Enquanto ele estava em uma aula extra, tive algumas horas livres — e foi assim que acabei em Polignano a Mare, assunto do post anterior.

Esse intervalo, sem querer, se conectou com tudo que estava acontecendo.

Enquanto ele começava uma nova jornada, eu caminhava sozinho entre ruelas brancas e mar azul.

Era como se a própria viagem estivesse mostrando as duas faces da mudança:

  • a dele, que começa agora;
  • e a minha, que se transforma junto.


O que ninguém conta sobre ter filhos estudando

As pessoas falam da oportunidade, do orgulho, da coragem.

Tudo verdade!

Mas também existe:

  • o silêncio é da volta para casa,
  • a sensação de que falta alguém à mesa,
  • a vontade de estar perto mesmo quando precisa dar espaço.

Não é tristeza. É maturidade sendo colocada em prática.

Filhos crescem. Pais também.


Orgulho não cabe em malas

fora


No fim daquela primeira semana, percebi que a mudança não é apenas sobre estudos.

 É sobre identidade, autonomia e novos começos.

Para ele, o início da carreira que sonhou.

Para mim, o início de uma nova forma de participar da vida dele — menos presente fisicamente, mais presente no apoio.

E, entre Bari e Polignano, entendi algo simples:

Nem sempre estaremos no mesmo lugar. Mas sempre estaremos no mesmo caminho.


Abraço

IPV


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